«Nações Livres! (...) Eu sei cá o que são nações livres! nem homens livres! Liberdade de morrer de fome, em toda a parte a há, graças a Deus e ao progresso!Poemas ao trabalho e ao artista, em toda a parte se escrevem, graças à metrificação e aos especuladores ociosos, que deificam o suor e as mãos calosas, sentando-se em espaldares flácidos, e vedando o acesso de seus gabinetes aos operários suados, calejados e sujos! Em toda a parte se mente em nome da liberdade e se chora em nome da servidão! Oh meus pobres gregos, deixai-vos viver e morrer em vossa letargia, que , se sacudires o torpor de sobre o peito, virão depois uns próceres e éforos, como os antigos, que vos hão-de pôr o pé no peito desentorpecido, para subirem ao ponto de onde vos atirem para baixo com muita injúria e muito desprezo da vossa ignóbil raça de servos redimidos por eles!»
Castelo Branco, Camilo - Agulha em palheiro, Ed. Parceria António Maria Pereira, 9.ª Edição, Lisboa, 1945
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